Viajar é muito bom! Essa parece ser uma premissa comum para maioria das pessoas. Mas o que significa viajar para você? Qual o sentido de organizar a rotina, reservar dinheiro e investir tempo para desbravar lugares desconhecidos?
Em um mundo cada vez mais digital, conectado e com as informações tão acessíveis, somos capazes de viajar sem sair de casa. A internet e as redes sociais criaram uma sensação de familiaridade com pessoas e lugares que somos capazes até de nos sentirmos próximos sem nunca antes ter um contato físico ou experiência real.
Claro que para os amantes de uma boa aventura nada substitui o prazer de fazer as malas, sair de casa e tirar um tempo para desbravar a cultura local de um lugar novo. Mas o que pode estar mudando é a forma e o sentido de se fazer isso.
Turismo de experiência: além dos cartões-postais
Os roteiros turísticos tradicionais, aqueles amplamente divulgados em sites e fotografias nas redes sociais, já parecem tão familiares que desperta o desejo de querer saber mais. Nasce o desejo de descobrir como realmente vive um morador ‘local’ e não apenas ser um observador.
O viajante do novo século tem a vontade de experimentar os costumes, gastronomia, cultura local, música, arte e história. Assim cresce cada vez mais o interesse e a procura pelo chamado Turismo de Experiência, uma forma de fazer turismo onde existe interação real com o espaço visitado.
Não basta apenas conhecer a praia de Copacabana, a Torre Eiffel ou a Estátua da Liberdade. O viajante que busca o turismo de experiência quer saber como vivem as pessoas daquelas culturas. Para essa pessoa cada território é único e tem muito mais a oferecer do que os pontos turísticos. Ele não quer apenas conhecer o restaurante popular local e sim conhecer os ingredientes tradicionais da região e aprender a cozinhar com os chef, por exemplo.
Uma imersão na cultura local
No turismo de experiência, o viajante busca roteiros de viagem que explorem os sentidos e as emoções. Para esse tipo de turista, essas experiências são tão valiosas quanto a beleza das paisagens.
Com o aumento da procura de “programas alternativos”, existem cada vez mais ofertas desse tipo de pacote turístico, com adaptações para atender a todos os orçamentos – a exemplo, aqui no Rio, há um guia acompanhado para explorar e conhecer melhor as obras de mais de 50 obras de artistas de rua na região portuária, chamada de Museu de Arte Urbana do Porto, fugindo totalmente do Pão de Açúcar ou da Praia de Ipanema.
As agências de viagem têm feito roteiros exclusivos, adaptados ao perfil do grupo. É possível definir um roteiro que envolva imersão em um único tema como gastronomia; ou outro que misture roteiro histórico com gastronomia e atividades de aventura – como trilhas, passeios de barco, balão entre outras ideias.
Uma dica importante é ter bem claro o que deseja explorar e conhecer o máximo do lugar antes de comprar as passagens. Fazer uma boa pesquisar e ver se as possibilidades estão de acordo com seu estilo de vida, preparo físico ou até se são recomendadas para crianças e idosos, caso façam parte do grupo. Portanto, vale investir tempo em montar com calma o roteiro.
Desbravando o mundo com novo olhar: confira nossas dicas!
Se você acha que se enquadra nesse tipo de turista, que além dos conhecidos cartões-postais, quer imergir ainda mais na cultura e ter conhecimento e experiências “locais”, selecionamos algumas dicas de programas que podem te agradar. Confira abaixo!
Bahia
A Costa do Descobrimento, no sul da Bahia, é um lindo roteiro para ser feito em uma viagem solo, em grupo ou com a família. A região é considerada Patrimônio Mundial Natural pela Unesco devido a sua importância histórica e cultural – já que foi ponto de chegada das caravelas portuguesas.
Por lá, é possível ver construções do século XVII, aprender mais sobre a história do Brasil, provar e cozinhar a boa comida local, pescar com os moradores, visitar comunidades indígenas entre outras atividades.
E além disso, você aproveita as lindas praias e belas paisagens que serviram de inspiração para o perfume Bahia, da nossa Biblioteca Olfativa.
Amazônia
Na Amazônia, além de aproveitar a beleza da floresta amazônica, é possível montar roteiro que inclui descobrir plantas e sementes que podem ser utilizadas no dia a dia, como a Fava Tonka.
Aprender métodos de caça, andar de canoa, visitar as comunidades locais e saber um pouco mais sobre a rotina dos nativos, como participar de rituais e até aprender a cozinha pratos locais – como as formigas que tem sabor de limão (!).
Você ainda consegue se hospedar nos “jungle lodges”, que são hotéis no meio da floresta. Por lá, você consegue ter todo tipo de experiência local – inclusive, passar a noite no meio da selva com um guia.
Rio de Janeiro
O Carnaval do Rio de Janeiro, festa mundialmente conhecida, atrai milhares de turistas para a ‘cidade maravilhosa’. Eles chegam para curtir a praia, viver a alegria dos blocos e se encantar com a beleza e energia dos desfiles das escolas de samba.
Para o viajante que gosta de experiencia, é possível visitar os barracões onde são feitas as alegorias, descobrir mais sobre as comunidades que representam as escolas de samba, pular e sambar nas quadras onde acontecem os bailes que antecedem os desfiles e aprender a criar sua própria fantasia e adereço para brincar nas ruas.
A experiência de acompanhar os desfiles de Carnaval na Sapucaí é única e vale a pena ser experimentada!
Cordilheira dos Himalaias
Para os ainda mais aventureiros, que tal passar um tempo com os nômades do Tibete? Acampar em tendas pretas, dormir enrolado em pele de animais, se alimentar de carne e leite de ianque... Ou explorar os diferentes ecossistemas do Nepal, conhecer cidades histórias e a cultura espiritualizada dos locais.
No Nepal, região vizinha ao Tibete que concentra as montanhas mais altas do planeta como o Monte Everest, é muito visitada por quem gosta de trekking e também para viver experiências relacionadas a cultura local, como produzir tapeçaria junto com artesãos, meditar e aprender receitas com especiarias como a pimenta Timur, presente no perfume da Biblioteca Olfativa.
O impacto do turismo na economia local
O turismo de experiência enriquece a vivência do visitante e acaba sendo mais uma fonte de geração de renda para quem recebe o turista - além de potencializar o desenvolvimento sustentável das comunidades com emprego.
No Brasil, o turismo de experiência teve início em 2006 a partir de uma iniciativa do Ministério do Turismo e do Sebrae, que implantaram o projeto experimental no Rio Grande do Sul para divulgar a região da uva e do vinho.
O projeto fez sucesso e se expandiu para outros locais do país. O turismo comunitário no Vale do Jequitinhonha, Norte de Minas Gerais, é outro roteiro que aproxima o visitante da realidade e gera desenvolvimento com a troca de experiências e de serviços prestados aos turistas.
A região é um celeiro de trabalhos artesanais em couro, bordados, cerâmica, madeira, cestaria e pintura. E os turistas aprendem com as artesãs a confeccionar as peças que serão adquiridas como lembranças da viagem. Uma experiência de guardar no coração.