Bastam 2 dias em Florença? Não bastam 29 anos!!! Estes são os quantos que eu, Consuelo, moro nesta linda cidade, berço do renascimento – e que continuo descobrindo, me deslumbrando e aprendendo a cada dia!
Firenze, como a chamam os locais, é pequena, tem ao redor de 400 mil habitantes e é fácil de explorar seus pontos turísticos. Se você planeja ir para lá, o centro histórico é onde deve concentrar suas atenções.
A pé? Sim! As razões para explorá-la são inúmeras: beleza, arquitetura, comida, vinho, arte, luz, proporção – acredito que o que acumulamos na vida nos enriquece. E a experiência de conhecer Florença te muda para sempre.
Uma vez ouvi a frase do intelectual, artista e ministro da cultura francês, André Malraux: “o importante não é conhecer, é contemplar!”. Concordo ao 1000%! O que adianta passar pelos lugares correndo para dar um check na lista se não se dá tempo de absorver a sua essência?
O que fazer em Florença:
O básico de Florença, o que não se pode sair da cidade sem ver, é muito simples e, praticamente, em uma linha reta! Confira, então, algumas das minhas dicas de uma das mais belas cidades da Itália.
Museus em Florença
Museu da Accademia: onde está a incrível estátua do David de Michelangelo. A Accademia apresenta lindas peças da década de 1200, outras famosas esculturas de Michelangelo, quadros esplêndidos e instrumentos musicais históricos lindíssimos. Para evitar filas, sugiro comprar os bilhetes antes pela internet no site.
Galeria Uffizi: museu mais importante de Florença e a maior coleção do mundo de obras do Renascimento. Tem centenas de quadros importantíssimos, como o “Nascimento de Vênus”, de Botticelli, e “Anunciação”, de Leonardo Da Vinci. Definitivamente, compre os bilhetes antecipadamente pelo site do museu.
Loggiato dei Lanzi: inicialmente como um espaço para encontros políticos, em 1300, começou a ser usada como um local para expor estátuas por volta de 1800. Um verdadeiro museu do renascimento a céu aberto! A praça tem estátuas belíssimas, como a de Perseus segurando a cabeça da Medusa e a de Hérculos com o Centauro Nesso.
Dalí, segua em direção ao Rio Arno e o Ponte Vecchio!
Passeios em Florença
Ponte Vecchio: é a ponte mais antiga da cidade, que atravessa o Rio Arno, e a única que não foi bombardeada durante a segunda guerra mundial – continua intacta com suas pequenas lojas maravilhosas de jóias!
Duomo: Duomo Di Firenze é uma das maiores catedrais do mundo, que fica na Piazza Duomo. Com a maior cúpula do mundo projetada por Brunelleschi, em 1400, simboliza Florença. É maravilhosa e tem belezas dentro inimagináveis!
Para quem é forte e não tem vertigem ou claustrofobia (como eu), pode-se subir até o teto e ver a cidade na ponta dos dedos. Vale também a visita ao Battistero, que fica logo ao lado.
Descendo a Via Calzaiuli, chega-se à Piazza della Signoria, onde está o Palazzo Vecchio (atualmente, local da prefeitura da cidade), o Loggiato dei Lanzi e o Museu Uffizi (que eu contei aqui em cima).
Siga pela Via Guicciardini ao Palazzo Pitti, antiga residência da família Medici, hoje com suas várias exposições, e Giardini dei Boboli – o jardim dos Medici também pode ser visitado. É maravilhoso!
Dá para se fazer correndo tudo em um dia ou dividir em dois ou três dias e contemplá-los! É bom ter em mãos um guia ou um aplicativo com as informações históricas e curiosidades de cada lugar para enriquecer a experiência.
Gastronomia italiana
Depois de todas estas andanças, abre a fome. Na Itália se come bem... Na Toscana se come beníssimo! Mais eu viajo, mais acredito nisto.
Um mix perfeito do respeito por cada ingrediente faz com que suas receitas exaltem o perfume e sabor de cada item que você vai colocar na boca. E tudo abençoado pelo azeite extra virgem de olivas Toscanas!
É por isso que aqui se encontram nos restaurantes pratos que estão “na estação”. Ou seja, determinada verdura, fruta, funghi ou demais nasce naquela época. Pois é naquele momento que você tem que experimentar uma Insalata di Ovoli (cogumelos especiais crus temperados como salada e às vezes acompanhados de parmesão e rúcula), alcachofras, aspáragos, porcini ou até pêssegos no vinho.
Comer bem na Toscana é um ritual, e por isso sugiro seguir as instruções dos garçons. Se for pedir uma bistecca alla Fiorentina (t-bone steak típico de Florença), tem que ser crua no meio, se não gostar de malpassada, escolha outra coisa. Se for comer uma pasta de peixe ou frutos do mar, não coloque queijo ralado em cima, o sabor forte “mataria” o delicado do peixe.
Importante saber: não tem couvert, nem suco e, quase nunca, refrigerante (interferem com o gosto da comida) nos restaurantes. Logo, ao sentar e receber água ou o vinho (branco ou tinto), chega o pão. Porém, este último não sugiro: é sem sal e existe só para acompanhar os pratos que estão para chegar.
Outra coisa importante a saber: o que pedir. A tradição pedia que se comesse ao mesmo tempo um primo (em geral um carboidrato: macarrão, arroz ou sopa), um secondo (proteína de carne ou peixe), um contorno (verdura para acompanhar o secondo) e, opcionalmente, um formaggi (queijo) e dessert (sobremesa).
Porém, haja calorias! A vida moderna de hoje exige menos comida. Portanto, o que fazemos é pedir dois pratos: uma combinação de antipasto (pequena entrada para iniciar) e escolher entre um primo ou um secondo. Ou, então, um primo e um secondo (as duas opções acompanhadas por um contorno). Depois, talvez, queijo ou sobremesa – como preferir.
Depois de uma miniaula sobre a etiqueta gastronômica italiana, vamos à lista dos meus restaurantes favoritos!
Melhores restaurantes em Florença
Trattorias: Quase todos os restaurantes aqui em Florença são trattorias. Um ambiente informal com menu tipicamente Toscano. De 30-50€ por pessoa sem vinho.
Sostanza: tradicional Trattoria com ambiente informal, mesas grandes, em que é provável que te coloquem juntos com outros clientes. Isto dá a oportunidade de ótimas conversas. Famosíssimo pela omelete de alcachofra – tem que ser experimentado de qualquer jeito, pois não existe em nenhum outro lugar no mundo!
Nele também tem uma das melhores bistecca alla Fiorentina da cidade. E o peito de frango (nadando) na manteiga marronzinha é um sonho! 35-50 € por pessoa sem vinho.
Ruggero: Fica apenas fora do centro. Melhor ir com um taxi e, querendo, volte a pé para conhecer o bairro de San Frediano. É um ambiente tranquilo onde mãe e filha ficam no balcão preparando antipasto, sobremesa e vinho; o filho na sala e o pai na cozinha.
Melhor relação qualidade x preço que conheço na cidade. Meus pratos preferidos são o spagghetini alla carretiera, croquette di manzo, arista, torta de cioccolata e pera. Se tiver, peça o castagnaccio. Dica: procure no menu os pratos da estação. Preço médio: 35-40€ por pessoa sem vinho.
Cammillo: Uma tradição na cidade e bem no centrão. Tudo é gostoso, eu adoro! Procure também pelos pratos da estação. 40-50€ por pessoa sem vinho.
Rocco: Rocco é calabrese e a pizza aqui é uma religião. Com a massa bem fininha, os ingredientes são maravilhosos. Existem dezenas de sabores de pizza, mas as picantes são as hors-concours! Para quem me segue o Instagram, é aqui que existe a famosíssima Pizza Consuelo em mia homenagem! <3
Amo essa cidade... espero que com essas dicas, te farei apaixonar também!
Até uma próxima! ?